Política

quinta-feira, 26 de abril de 2012

TUTU RALO RENDE MAIS, MAS NÃO É TÃO GOSTOSO!

Gabriel Volpi Muzzi

Foi com muito júbilo e esperança no horizonte que o povo brasileiro recebeu a notícia que nosso país é agora a 6ª economia mundial! Entretanto, o tutu ainda não tem a mesma consistência pra todo mundo. Existe ainda muito brasileiro por aí jogando água na iguaria! - Tutu ralo rende mais, mas não é tão gostoso! A pergunta que não quer calar é a seguinte: onde está o ovo cozido, a cebolinha e a azeitona? Continuam na superfície do tutu social? Dizem as más línguas que só o gerente do banco pegou a parte boa, pois foi ele quem emprestou a vasilha... Será mesmo? Mas que diabos faria o gerente e o banqueiro com mais da metade do tutu? Morrer de congestão? Os incautos e despretensiosos do reino tupi afirmam por A + B que o Banco anda adulterando a substância e vendendo bem mais caro para a “nova classe média”... Mas essa é outra estória...
Quando o tutu brasilis era preparado na cozinha do Planalto pelo presidente sociólogo, ele jactava-se de conseguir desfiar um franguinho junto aos condimentos presentes na estrutura tutuzal. Contudo, sabemos que frango assado grandão e gostoso (pro povão) era só no fim de semana, quando era; para muitos brasileiros o frango ainda parecia uma utopia distante, coisa de galinheiro gringo! Pois bem! No salutar rodízio da cozinha republicana, eis que assume a colher de pau o presidente metalúrgico. Sem sofisticação gastronômica, nem hedonismo estomacal, esse cozinheiro sacou um fato ontológico primordial: - sou cozinheiro porque assim fui designado por todos aqueles que têm fome. Esse cozinheiro sapiente ainda sacou que existem fomes e “fomes”. Na estratificação da boca sacou que a porta da cozinha é aberta para certas pessoas que se servem antes da maioria. A maioria pega seu pratinho e entra na fila. Qual foi a solução? Ampliar a cozinha e distribuir mais pratinhos! E a porta aberta da cozinha? Bom, essa já é outra estória... Na roda viva culinária tupiniquim o povo decidiu que seria mais adequado empossar uma economista correligionária do ex-presidente metalúrgico. E assim foi feito... Em pouco tempo de gestão firme, faxina, dedetização e fechamento de torneiras nossa cozinha se solidificou. Somos o 6º tutu do planeta! A cozinha francesa com seus chefs e maîtres que se cuide, é nóis na fila! A roqueira Rita Lee, que não come frango nem tutu, vez ou outra dá uma bola dentro. Dessas, a mais certa é a música “tudo vira bosta”. O tutu, depois de digerido, entra pelos canos, cai na rede de esgoto e aduba a soja do agronegócio latifundiário. O tutu aduba a polemista mídia de massas que demoniza o processo político, mas toca uma bem gostosa pro mercado financeiro todos os dias!
O Brasil potência - imbuído de números - recebe o título das Estatísticas Sagradas e comemora o 6º lugar na Copa do Mundo de Nações, enquanto se esforça para a adular a FIFA escancarando as portas da cozinha para a Copa de futebol. Os primos ricos agora batem palmas e homenageiam o primo emergente da Terra brasilis. Os primos ricos que não puderam fazer churrasco pro Joseph Blatter dizem que o mar não tá pra peixe. Mas o primo brasileiro pode... Ele tá com bala, cresce que só vendo, dizem as Sagradas Estatísticas... Enquanto a frieza numérica legitima discursos, empossa presidentes, destrona reis e aponta preferências no interregno, só nos resta tentar entender matematicamente por que o Brasil rico ainda é emergente. Dinheiro nós já temos, falta-nos vergonha na cara...

3 comentários:

  1. Falou tudo, Carlos Carvalho... Só porque a economia está efervescente, não quer dizer que estamos partindo o bolo de forma equânime... ainda tem muito chão, talvez até muito espaço sideral, para chegarmos no nível de uma social democracia nórdica de cabelos finos e loiros... ainda precisamos melhorar o tutu e fazê-lo voltar a seu lugar de origem: a massa

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  2. Colocação formidável e perspicaz!

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  3. Espero que aconteça o que todos nos queremos mais patilha nesta grande mesa que é o Brasil,queremos divisão de renda já,divisão de terra já Educação de qualidade para todos.quando acontecer a revolução social e houver igualdade eu acredito que somos uma grande economia pois economia se mede com o sorriso na cara do povo. Parabéns pelo artigo
    Robson Soares

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